E quase tudo foi feito pelo Sol!

Sempre achei a história do Brasil com o rock progressivo algo muito curioso. Peculiar eu diria. O povo e principalmente os músicos brasileiros se jogaram de cabeça na musica feita por Yes, Emerson, Lake & Palmer, King Crimson e afins.
Grande parte das gravações do final dos anos 70 tem um pézinho no pregressivo. De fato uma grande moda nas terras tupiniquins.
Temos o caso clássico de uma das bandas mais importantes do Brasil chamada Os Mutantes que descambou pro prog rock e o resultado acabou por dividir os fãs dessa banda que até filho de John Lennon disse que era melhor do que Beatles.
Também tem aquele case (linguajar de publicitário) da banda Vímana que contava com os futuros pop stars dos anos 80: Lobão, Lulu Santos e Ritchie. Além de contar com Patrick Moraz tecladista do Yes que se fixou por aqui depois de tomar 10 caipirinhas e perder todos os seus pertences ao ser assaltado na praia de Copacabana (essa ultima parte é mentira). Patrick também é responsável pelo fim dessa super band, por ser muito marrento (acho que Lobão e Lulu Santos absorveram um pouco dessa marra).
 
Quem é quem no Vímana?
Dentre as bandas progressivas que aqui surgiram a que mais me agrada é uma banda chamada Som Nosso de Cada Dia
Eles captaram muito bem a essência do estilo.
O Som Nosso de Cada Dia [Nos Dai Hoje] foi formado no inicio dos anos 70 na cidade de São Paulo e desde seu primeiro álbum (Snegs - 1974) possui o rock pregressivo como principal influencia e meta.

Mas o disco em questão deste post é chamado Som Nosso ou Sábado/Domingo, Segundo disco da banda lançado em 1976.
Esse lance do Sábado e Domingo se deve a maneira como o disco está organizado. No lado A (sábado, dia de festa) temos uma avalanche de funk e no lado B (domingo, dia do descanso e introspecção) uma avalanche de pregressivo. Tudo muito bem composto, tocado e gravado, pelo quarteto paulista.
Esse é o diferencial do álbum, por isso ele tem destaque pra mim. São dois estilos que adoro, e que se você for pensar, estão de certa forma distantes um do outro. E aqui eles se fundem de uma maneira bem natural.

Som Nosso era um trio durante sua primeira fase (UM TRIO!)
 O disco já abre com o funk tema de mini série da globo Pra Swingar. Essa musica devia bombar muito nos bailes disco da época.

O segunda musica é um funk auto ajuda muito legal chamado Levante a Cabeça.
A banda, num geral, tem como tema mensagens positivas, cheias de auto astral, mãe natureza. Bem coisa de Hippie mesmo. Destaque pros metais alla Tim Maia. Sensacional!


Outra musica que gusto muito é Vida de Artista. Um funk bem rasgado com um vocal Roberto Carlos sacana que é muito bom. A letra é bem boa também. "se a nossa arte então não vale nada. A nossa vida também não vale nada." (essa máxima vale muito pra minha vida), "para poder subir na vida, só mesmo sendo ascensorista". Pra quem não sabe ascensorista é aquele profissional que pilota o elevador, cada dia mais raro de se ver por aí.

O lado progressivo é todo sensacional. Mas o destaque fica por conta de Montanhas, que tem um instrumental muito bom. Melhor que qualquer um de rock progressivo nacional, na minha opinião. Uma gravação com ótimos timbres. Um som muito limpo e belo.



Rara Confluência também é matadora.



Não sei o desfecho dessa grande banda. Eu sei que o tecladista (Manito) chegou a tocar com o Mutantes progressivo do Sérgio Dias, mas não durou muito também.

Tive a sorte de adquirir o primeiro LP da banda esses dias num sebo por 5 reais. 
É por isso que eu adoro garimpar vinil. Tem neguinho que vende esse disco a uns 70 reais, brincando.


Enjoy.


Nenhum comentário:

Postar um comentário