O Fim de uma banda rara

Agora parece um pouco tardio, mas eu quero deixar aqui explicito o que essa banda significou pra uma era do rock. Especialmente para mim.

A banda é o finado (por enquanto) The Mars Volta.
Lá em meados de 2005 eu entro no segundo colegial (entregando a idade) numa escola diferente. Cabeludão, com pulseiras e colares, eu era o tradicional "ROUQUEIRO MEU". Já conhecia bastante bandas mas nada que fugisse muito ao classic, metal e hard rock.
Logo que cheguei na sala notei algumas pessoas que curtiam hardcore, emo, musicas que estavam em alta na época. Achei que seria difícil me misturar e trocar uma ideia musical.
Geralmente adolescente é muito extremo e tende a ser preconceituoso. Não era tanto o meu caso, mas ainda assim eu tinha meus preconceitos musicais.
Bom, comecei a me misturar. Mostrava musicas pra eles, eles me mostravam musicas, sem muito sucesso. Até que um dia chegamos no ponto em comum. THE MARS VOLTA.
Pessoas que curtiam hardcore gostavam de At The Drive-in, que é de onde vem as duas principais cabeças do Mars Volta. Então parte das pessoas do hardcore gostavam de Mars Volta. E eu como vinha do lance mais classic e tal, curtia um rock progressivo, um rock setentista, me apaixonei de cara pela banda.
Na época rolava o clip do single The Widow direto na Mtv. Eles haviam acabado de lançar o disco Francis The Mute.

Foi nessa época também que eles fizeram um show no Brasil, no Tim Festival, se não me engano.
O primeiro disco é o De-loused in The Comatorium, clássico absoluto dos anos 2000. É uma viajem intensa, realmente algo que você nunca ouviu antes. Detalhe, 90% dos baixos do album são tocados por ninguém menos que nosso querido Michael Balzary, o Flea do Red Hot Chili Peppers
Cedric, o vocalista, desde os tempos de At The Drive-in escreve letras praticamente indecifráveis, e no Mars Volta ele não faria diferente. Todos os discos são temáticos, agora de que não me pergunte sobre o que falam hehehe BRINCKS.
E o Omar Rodriguez-Lopez, com quem eu me orgulho de compartilhar parte do sobrenome, é quem compõe todas as musicas, produz o disco e é geninho em tudo o que faz. Brotherzasso de outro truta meu que é o Frusciante (ex-RHCP), que tocou alguns solos no segundo disco e praticamente em todas as faixas do terceiro (Amputechture).
Os meninos fazendo uma jam

O quarto é o meu atual favorito, The Bedlam in Goliath. Que é uma paulada atraz da outra, o disco mais pesado da banda, com riffs pesados do começo ao fim.
O quinto eu ouvi muito pouco, mas é considerado o pior disco da banda. Eu sei de uma história na qual a gravadora deles, a Warner, pediu pra que eles fizessem um disco com musicas mais curtas, pra tocar nas rádios, coisa e tal. Nesse ponto a banda sempre fez jus a uma banda de rock progressivo com uma média maior de 8 minutos pra cada musica.

O ultimo eu estou esperando o correio me entregar. Encomendei da gringa o LP duplo de Noctourniquet e me recuso a ouvir o disco se não for na minha vitrola.

Bandas como essa são primordiais. Gerar essa mistura de sons e publicos é a coisa mais bela que uma banda pode querer. Definitivamente uma das melhores banda dos anos 2000.

É uma pena que tenha "terminado"

Mas fica aí a DICKA pra essa Juventude desse meu brazilzão ouvir essa banda incrível.

E se você quer ver a coisa mais maneira do mundo na questão de performances ao vivo de banda, procure pelos shows da turnê de The-Loused e Francis the Mute.
Eu vi no SWU e me decepcionei um pouco, não pelo som, que foi maravilhoso, mas pela performance explosiva que é um dos pontos altos da banda, e que acabou não acontecendo no dia. Um show bem sóbrio.


Se você quer ver performances a altura está intimado a comparecer no Cidadão do Mundo nos dias 1 ou 7 de março e ver a banda Lama Bomba.
Rua Rio Grande do Sul, Numero 73 em São Caetano do Sul - SP

EP A Banda e o Diabo



Foi este o resultado do esforço de alguns anos, muitos nomes...
Finalmente bem gravado, finalmente em sintonia.
A banda que começou com 6 membros e no momento conta com 4. Quatro membros como nenhum outro, que se esforçam ao máximo pra fazer a coisa toda acontecer. E isso é o que realmente importa.
Chega uma época ou idade em que tocar em banda se torna quase que inviável. Com trabalho e família pouco tempo resta para gastar com aquilo que seria sua profissão ideal, mas que as milhares de condições adversas não permitem. Muitos sacrifícios tem de ser feitos pra quem quer continuar a gozar do prazer de fazer seu som ou trabalhar com musica. Tem que ser paixão, tem que ser faca amolada.


Foi realmente divertido gravar este EP e ele já está rendendo alguns belos frutos como propostas de show, propostas de lançamento do EP, uma prensagem em vinil 7"e por aí vai.
Muito orgulhoso da banda e de todos que a cercam.

Pra quem quiser ouvir:
EP A Banda e o Diabo

Que venham shows, tournes, amizades e todos nossos sonhos adolescentes.

Dia 7 de março estaremos inaugurando o estúdio do Cidadão do Mundo. Vai ser um ensaio aberto que contará com as bandas Lama Bomba e o Pastor Rottweiller. Vai ser animal! Colem todos!

Link do evento no facebook

Peace!