Antes que o hype te faça odiar…Benjamin Booker.



É comum nos anos 2000 a prática de hypar certas bandas onde se encontra possibilidade de comercialização.
A prática de hypar é bem antiga, praticamente desde que existe indústria fonográfica. Mas o lance é que com a vinda da internet, e ainda mais, o Facebook, você pode sentir certas bandas martelando na sua cabeça mesmo que você realmente não queira.
E, ao menos que você se tranque no banheiro até o hype passar, vai ouvir falar dessas bandas.
Foi assim com praticamente todas as “grandes bandas” dos anos 2000 e 2010. Quem vai salvar o rock? Strokes, Arctic Monkeys? Tame Impala? Bla bla bla.

Outra prática comum, só que agora de quem se diz “entendido” de música, é odiar as bandas propagadas pelo tal hype.
Já caí do cavalo e me surpreendi tanto com essas bandas, que hoje em dia dou chance para todas. Independente do quanto falam por aí, ou toquem na 89 fm. Enfim...

Meu faro me diz que o próximo grande hype será em cima deste cara, Benjamin Booker.
O disco dele sai oficialmente amanhã, então se prepare e segure sua onda, porque o cara é realmente bom e vai estar todo mundo falando dele. 
Então, antes de começar a odiá-lo, dê a ele uma chance. 

Benjamin nasceu na flórida no ano de 1989, mudou-se há dois anos para Nova Orleans para tentar a sorte como músico. Começou tocando e cantando violão sozinho, tempos depois passou a ensaiar com seu amigo de longa data Max Norton na bateria e por fim encorporou Alex Spoto no baixo.

Seu som tem o dom de agradar gregos e troianos. Timbres de guitarra excelentes, sempre abrilhantados com um pouco de Fuzz (em alguns momentos muito Fuzz), um vocal suave e rasgado ao mesmo tempo, que poderia facilmente emular a voz de Kurt Cobain, mas que tem uma personalidade muito forte (me lembra um pouco o vocal do Phil Lynott do Thin Lizzy). 
Músicas que são tanto pra sacudir o esqueleto, quanto para ouvir em casa, tranquilo.



Há músicas em seu disco que vão mais pro lado do folk, em outros mais psicodélicos, mas em geral é um Garage Pop (inventei agora o termo). Tudo executado com muito bom gosto.
Com um single poderoso, Violent Shiver, esse rapaz de 25 anos vai longe.

Além de que ele é apadrinhado por ninguém menos do que Jack White. Que já há algum tempo vem rasgando elogios pro rapaz (ele diz que Jack foi seu primeiro herói na guitarra), inclusive chamando-o para abrir seus shows. 
Até agora ele já coleciona excelentes participações em programas como David Letterman, Conan O'Brien e KEXP.
O hype virá e não será pouco: bela voz, bom single, Jack White, Fuzz. O que não faltam são tags para hypar o nome de Booker.


Toda sorte do mundo pra ele enfrentar bem essa barra, porque talento ele já tem.

Nesta página do The Guardian você consegue ouvir o disco inteiro do rapaz em Stream.
http://www.theguardian.com/music/2014/aug/11/benjamin-booker-benjamin-booker-exclusive-album-stream


Dez discos importantes pra mim.

Tá rolando uma onda de uma brincadeira no faceboobs de postar os dez discos que foram importantes na sua vida. Eu sempre tive vontade de fazer essa lista e até hoje não fiz. Diversos amigos estão me marcando para fazer isso, mas como eu gostaria de elaborar melhor essa minha lista decidi postá-la no blog pra poder contar um pouco melhor sobre as minhas conexões com esses discos.

The Dark Side of The Moon - Pink Floyd

Um dia, do nada, meu pai apareceu com esse cd do Pink Floyd dizendo que era algo realmente bom e que eu deveria ouvir, acho que eu tinha uns 10 anos. Hoje penso que foi muito estranha essa atitude por parte do meu pai, que apesar de ser uma pessoa musical em sua maneira, não gosta muito de rock. Foi um cara das discotecas, do Bee Gees e tal.
Deixei esse disco de capa estranha encostado durante uns 3 anos. Até que por influência de um amigo na escola que vivia com camisetas do Pink Floyd por aí eu comecei a ouvir. Deve ter sido o disco que mais ouvi na vida. Isso porque durante uns 2 anos eu chegava da escola, almoçava, deitava na cama e colocava o Dark Side pra tocar.

Nevermind - Nirvana

Certo dia estava eu vendo Mtv quando passa uma vinheta que era simplesmente um cara andando com um Gol quadrado conversível numa paisagem rural escutando Smells Like Teen Spirit. Na hora aquele som me chamou a atenção. Só fui descobrir a musica cerca de um mês depois num antigo programa da Mtv chamado Dataclipe. Comprei o cd, rasguei minhas calças e mudei meu nick no saudoso ICQ para Edu-Grunge.

Ok Computer - Radiohead

Este foi meu companheiro de depressão depois que terminei a escola. Estava totalmente perdido sem ter ideia do que seria a vida após a escola. Tentando entender a todo custo esse novo mundo de faculdade e gente adulta que não me fazia sentido. Good Times, BAD TIMES.
É uma obra prima da mais pura depressão.

Appetite for Destruction - Guns n Roses

O Guns foi muito importante pra mim. Nunca foi minha banda favorita mas por causa dela e um cara chamado Atila é que eu sou guitarrista até hoje. Desde que ganhei minha primeira guitarra sempre a tratei como um hobby, até que um dia fui convidado para tocar num Guns n Roses cover e aí então passei a estudar, entender e a tocar guitarra direito.

Fungus Amungus -  Incubus

Estava eu nessa minha fase Guns n Roses/Hard Rocker curtindo umas noitadas de banda cover, sendo um falso rock star e tals, até que me aparece esse disco num jantar em um restaurante mexicano quando eu estava de férias em Ubatuba. Meu queixo caiu junto com meu cabelo comprido. Esse disco é absurdamente bom e me transformou na primeira ouvida. Uma mistura de Red Hot com alguma coisa mais pesada, o tal de Funk Metal. Tive uma longa fase de curtir funk por causa desse disco. Foi um momento de grande ruptura na minha vida.

Californication - Red Hot Chili Peppers

Foi um amigo meu da praia que me apresentou o disco. Eu estava em sua casa de bobeira e ele coloca o disco num volume bem alto. Eu dei um pulo ao escutar as primeiras notas de Around The World. Eu devia ter uns 10 anos na época. Foi amor a primeira ouvida. Pirava muito nos "don don den den" no final da primeira musica. Esse disco carrega muito sentimento da banda, é aquela história que todo mundo conhece: o Frusciante voltando pra banda após ter passado 5 anos trancado em casa injetando heroína, o Antony num periodo sóbrio, o Rick Rubrin querendo que eles soassem como uma nova banda. Deu no que deu, um dos melhores discos da história.

The Best of The Doors -  The Doors

Tive uma fase pesada de só escutar Doors.
Certa fez eu fui viajar para o sítio de uns tios e levei meu recém ganhado disc man. Pois é, mas esqueci todos os meus cds. Chegando lá comecei a fuçar as disqueteiras de geral até que descobri esse cd perdido entre clássicos da péssima musica brasileira e mundial. Passei todos os dias ouvindo esse cd. Acabava, começava, acabava, começava. Break on Though, Light My Fire, People are Strange e por aí vai. Uma prima na época soltou a frase "esse menino respira musica!", é eu sou assim mesmo.

De-Loused in the Comatorium -  The Mars Volta

Já contei minha história com esse disco aqui no blog. Realmente foi uma banda que uniu diversos universos e aproximou pessoas de estilos distintos. É um eterno clássico, disco bom do começo ao fim. Pra você enterrar seus ouvidos nele e se perder no coma proporcionado durante uma hora.

Niandra Lades and Usually Just a T-Shirt - John Frusciante

Se você acredita em musica visceral, aqui está ela em seu mais belo estado. Primeiro disco solo do John é movido inteiramente pela dor de estar perdido no mundo, atormentado pelos seus próprios demônios e viciado em heroína. É assustador e belo ao mesmo tempo. Não é preciso estar afinado, ou superproduzir o disco, apenas coloque seu coração na musica e ela soará verdadeira, tocando o coração de quem ouve.

Goo - Sonic Youth

Então amigo, esquece tudo o que você conhece sobre tocar guitarra e crie um novo estilo. Foda-se os solos, foda-se caras que sobem e descem escalas na velocidade da luz tipo Yingwe Malmsteen.
Sonic Youth inventou um novo jeito de tocar, não só guitarra, como bateria e baixo. E me libertou dos moldes. Agora tudo é possível. Algo parecido com o que os Ramones fizeram nos anos 70, só que agora de um jeito mais livre ainda. A cada nova afinação criada eles tem um novo jeito de tocar o instrumento, aí você pensa que é uma afinação pra cada musica do disco.


É nói.