Coyne, Homme e Lopez manjam das porras! |
Depois de alguns anos como audiófilo você
começa a adquirir um certo gosto estranho por peculiaridades sonoras. Gosta de
uma musica por causa de determinado timbre de determinado instrumento, ou porque
naquela musica o vocalista alcança determinado tom elevado, que é dificílimo de
alcançar, ou determinada batida que é novidade para seus ouvidos, enfim.
Eu já passei por todos os estilos, do samba
ao black metal, e meu paladar musical continua insaciável. Sempre atrás de
novas sensações sonoras. Conheço muita gente assim. Então este post é pra vocês!
Nem toda pessoa tem essa fixação por
dissecar a musica. Desde sempre me interesso muito pelos sons característicos de
cada banda, e como ela chegou a determinado timbre. Que instrumentos usou, quais equipamentos e marcas, coisa e tal.
Uma pira que eu entrei há um tempo atrás
foi a de textura musical. Eu não sei muito bem explicar este fenômeno. É algo
muito mais para se sentir do que para se verbalizar.
Muitas bandas tem texturas características.
Por exemplo consegue-se reconhecer o Metallica pela textura que suas guitarras
tem. É uma soma de timbres que resultam numa massa sonora reconhecível, que vem a ser
som característico da banda (ouça Sad But True e veja se não sente o baque das guitarras). O mesmo vale para várias outras bandas mais conhecidas
por aí, onde o conjunto produz um som característico que é reconhecido de longe
pelos que tem ouvido mais apurado.
Talvez não esteja muito claro até aqui o que eu
pretendo expressar.
Mas nada melhor do que alguns bons exemplos
para demonstrar o meu ponto de vista.
Eu escolhi alguns discos
que me fazem vibrar por conta da textura.
Que entre a primeira texture band:
O Flaming Lips é uma banda, vamos dizer... difícil. Eu me coloquei a missão de entender por que essa banda é tão adorada por
tantos (e tão odiada, da mesma maneira).
Baixei toda a discografia, e comecei a
ouvir os discos. Eles tem momentos interessantes nos anos 80 e 90. Primeiro
como uma banda da linha do Sonic Youth, só que mais fraco, e depois como uma
banda Grunge?! Que também não me agradou muito.
Os Lábios Flamejantes começaram a me agradar quando
caíram pro lado da musica eletrônica. Sinto que foi ai que eles se encontraram.
Casamento perfeito com o programa de midi, Reason.
O disco em questão é Embryonic, penúltimo
da banda, lançado em 2009. Este disco apresenta um novo Flaming Lips, muito
diferente do que a gente estava acostumado a ver. Aquela banda com uma
felicidade excessiva da musica Race for The Prize (eu adoro essa musica). Agora eles estão mais
soturnos, explorando o lado negro da força.
Esse disco tem diversas
musicas porradas. Coisas de fritar o cérebro com uma textura
saborosíssima.
Melhor disco da banda, na minha opinião.
Melhor disco da banda, na minha opinião.
Vindos da escola do Stoner Rock (nesse link está um doc sobre o estilo que explicará melhor o que digo aqui), estilo que
preza muito pela textura da distorção, geralmente usando pedais Fuzz. O Queens
of the Stone Age sempre foi além.
Josh Homme e companhia sempre se destacaram pelo
belíssimo timbre que conseguem tirar de seus instrumentos. Nos primeiros discos
ainda ficavam na historia do stoner/fuzz. Mas nos dois últimos realmente eles
chutaram o pau da barraca em relação a textura, como deixa claro este primeiro som
do novo disco (...Like Clockwork, 2013). Para começar com os riffs iniciais, pesadíssimos, ao mesmo tempo
limpos. Depois temos aquelas viradas com aqueles wah wahs deliciosos (umm que
fome).
Enfim, este aqui é um cara que gosta de
explorar os limites de seus instrumentos.
Que entre o terceiro prato do dia:
Este é um disco daqueles que você precisa parar pra ouvir. É uma experiência, uma viagem sem drogas (com elas talvez fique um pouco melhor) proporcionada por ninguém menos do que nosso maestro das seis cordas de Porto Rico, Omar Rodriguez-Lopez (tá bom, tá bom, prometo no próximo post não falar dele).
Aqui Omar literalmente orquestra uma banda de magos, incluindo seu companheiro de Mars Volta, Juan Alderete, no baixo e outro musico pleno, chamado John Frusciante.
Misturando musica eletrônica, ritmos latinos, rock, dub e free jazz, ele nos apresenta um disco instrumental livre, com a musica sendo mixada de uma maneira que parece dançar em nossos ouvidos.
Sepulcros de Miel é um prato cheio pros ouvidos. E acredito que o melhor jeito de degusta-lo seja se isolando do mundo, com ótimos fones de ouvido, e sim, volume no talo.
Meia hora de puro deleite sonoro!
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