É, quero viver de música...


“Não existem mais desculpas que justifiquem o desconhecimento. Só o autentico desinteresse.” Felipe Hirsch
No fim de 2012 eu propus para mim mesmo que em 2013 eu teria que ouvir o maior número de musicas novas e diferentes possíveis. Agora, em dezembro de 2013, sinto que está missão foi cumprida com louvor. Viva para mim!
Este foi o ano foi o primeiro em que consegui olhar mais pra frente do que para trás, como de costume. Finalmente superei os clássicos e me joguei nessa selva que são as musicas e as bandas da era pós internet. Consegui provar algo que há muito tempo eu pensava mas que não tinha conhecimento o suficiente para afirmar: o fato de hoje em dia as bandas serem tão boas quanto em qualquer outra época.
Pra quem gosta de rock o mais fácil é sempre ser saudosista. Ficar transitando nas décadas passadas, cavando fundo na história e nunca olhar pra frente, ou para o presente. Para as bandas da sua cidade, que seja.
Hoje sei que o rock nacional vive um de seus melhores momentos, com bandas geniais surgindo a todo instante. Mas que ao mesmo tempo tem um grande problema: não conseguem sair do underground. As mídias de massa simplesmente ignoram o rock desta geração, preferindo ficar onde mora o dinheiro. Sendo no momento atual o sertanejo universitário, ou o funk. Enfim...
Além de, darem preferencia aos gigantes do rock que estão baixando por terras tupiniquins de dois em dois meses cobrando ingressos a valores astronômicos. Não que isso seja ruim (exceto pela parte dos valores, que é sempre ruim). Em algum momento de nossas vidas é tudo o que pedimos, ver os shows dos grandes astros. Mas é preciso dosar as coisas, dar força pro mercado nacional. Todo mundo ganha com isso.
2013 também foi o ano que decidi, após ter enrolado 7 anos, que eu quero viver de musica. Seja compondo/gravando/fazendo show, escrevendo, divulgando, entrevistando, etc. Para 2014 tenho a ideia de um programa musical para internet.
Ano que vem meu grande objetivo é gravar minhas musicas. Porque realmente preciso disso, não importa se vão gostar, se vão comentar. Quero fazer porque preciso me expressar e tirar esta quantidade de musicas que compus, e considero boas, do meu ombro e da minha cabeça.
Outra boa surpresa deste ano foi ter começado a escrever pro site Scream & Yell. Aproveitando as facilidades do terrível, porém útil, Facebook para entrar em contato com o Marcelo Costa, que comanda o site. Para minha surpresa ele liberou minha criatividade e me impôs o desafio de escrever um texto mais impessoal. Meu primeiro texto custou a sair, toda a informação dentro da cachola mas a necessidade da impessoalidade me fez reescrevê-lo diversas vezes. Sendo que ainda acho que poderia melhorá-lo. Já o segundo saiu de maneira um pouco mais tranquila, mais solta. Tive o grande privilégio de obter mais de 350 likes e ser um dos textos mais visitados no site do mês, falando sobre o Stoner Rock brasileiro. Simplesmente porque vi que tem muita banda brasileira caindo pra este lado e não há muita gente comentando. Acho que o texto fez com que muita gente do estilo se conhecesse. Missão cumprida!
Espero escrever muitos textos mais, e a cada dia me apaixonar novamente pelo rock como um adolescente que ouve Nirvana ou Led Zeppelin pela primeira vez.



Abaixo uma lista de bandas nacionais que ouvi bastante em 2013:

Lupe de Lupe – Banda de BH que faz um noise com belíssimas letras e uma interpretação visceral.
Boogarins – Goianos que fazem psicodelia olhando pro futuro.
Chacon – Som que me lembra Cidadão Instigado só que mais roqueiro. Com timbres matadores e sempre com um pézinho no brega. Chacon é de Recife.
Apanhador Só – Uma banda que eu realmente não gostava conseguiu me surpreender com seu segundo disco.
Ronnie Von – Há muitos anos eu baixei os discos da fase psicodélica do Ronnie, de 68 até 70, mas só este ano vim a ouvi-los com maior cautela. Pra perceber que, de fato, é um cara genial. Exatamente no meio entre Mutantes e Roberto Carlos.
Raul Seixas – Eu era um preconceituoso com a obra de Raul. Hoje sou fã devoto, daqueles que quer tatuar o símbolo da sociedade alternativa.
Giallos – Meus conterrâneos do ABC paulista fazem um blues sujo com letras que dariam ótimos roteiros de filmes do Tarantino. Genial!
Clube da Esquina – Este foi um que passou praticamente 2013 inteiro no meu mp3 player. Não há nada que não seja genial no primeiro disco do Clube da Esquina.
Nuda – Outros cara fodas de Recife que sabem dosar bem a musica regional com o rock. Timbres perfeitos na gravação do álbum “Amarénenhuma”. Uma pena que a banda acabou.
Moraes Moreira – O primeiro disco solo do cara é pura roqueiragem. Quebradeira total!
Tape Rec – Banda de Lê Almeida, um dos maiores entusiastas do faça você mesmo no Brasil. Noise pop delicinha.
Júpiter Maçã – Meu deus, por que eu demorei tanto pra ouvir A Sétima Efervescência? Ainda me pego rindo de algumas sátiras nas letras do Júpiter.
Supercordas – “A Mágica Deriva dos Elefante” é um disco que todos tem que ouvir. O disco transborda bom gosto e genialidade.
Hierofante Púrpura -  A banda realmente me conquistou com “Espírito Espelho”, faixa genial do split com a banda Alarde chamado “Espirito de Faca”.

É NOISE em 2014!

Forte abraço

...por que não musica Gourmet? blehhh!


Coyne, Homme e Lopez manjam das porras!
Depois de alguns anos como audiófilo você começa a adquirir um certo gosto estranho por peculiaridades sonoras. Gosta de uma musica por causa de determinado timbre de determinado instrumento, ou porque naquela musica o vocalista alcança determinado tom elevado, que é dificílimo de alcançar, ou determinada batida que é novidade para seus ouvidos, enfim.

Eu já passei por todos os estilos, do samba ao black metal, e meu paladar musical continua insaciável. Sempre atrás de novas sensações sonoras. Conheço muita gente assim. Então este post é pra vocês!

Nem toda pessoa tem essa fixação por dissecar a musica. Desde sempre me interesso muito pelos sons característicos de cada banda, e como ela chegou a determinado timbre. Que instrumentos usou, quais equipamentos e marcas, coisa e tal.

Uma pira que eu entrei há um tempo atrás foi a de textura musical. Eu não sei muito bem explicar este fenômeno. É algo muito mais para se sentir do que para se verbalizar.

Muitas bandas tem texturas características. Por exemplo consegue-se reconhecer o Metallica pela textura que suas guitarras tem. É uma soma de timbres que resultam numa massa sonora reconhecível, que vem a ser som característico da banda (ouça Sad But True e veja se não sente o baque das guitarras). O mesmo vale para várias outras bandas mais conhecidas por aí, onde o conjunto produz um som característico que é reconhecido de longe pelos que tem ouvido mais apurado.

Talvez não esteja muito claro até aqui o que eu pretendo expressar.

Mas nada melhor do que alguns bons exemplos para demonstrar o meu ponto de vista.

Eu escolhi alguns discos que me fazem vibrar por conta da textura.

Que entre a primeira texture band:

 

O Flaming Lips é uma banda, vamos dizer... difícil. Eu me coloquei a missão de entender por que essa banda é tão adorada por tantos (e tão odiada, da mesma maneira).

Baixei toda a discografia, e comecei a ouvir os discos. Eles tem momentos interessantes nos anos 80 e 90. Primeiro como uma banda da linha do Sonic Youth, só que mais fraco, e depois como uma banda Grunge?! Que também não me agradou muito.

Os Lábios Flamejantes começaram a me agradar quando caíram pro lado da musica eletrônica. Sinto que foi ai que eles se encontraram. Casamento perfeito com o programa de midi, Reason.

O disco em questão é Embryonic, penúltimo da banda, lançado em 2009. Este disco apresenta um novo Flaming Lips, muito diferente do que a gente estava acostumado a ver. Aquela banda com uma felicidade excessiva da musica Race for The Prize (eu adoro essa musica). Agora eles estão mais soturnos, explorando o lado negro da força.
Esse disco tem diversas musicas porradas. Coisas de fritar o cérebro com uma textura saborosíssima.
Melhor disco da banda, na minha opinião.

 Que entre a segunda participante:



Vindos da escola do Stoner Rock (nesse link está um doc sobre o estilo que explicará melhor o que digo aqui), estilo que preza muito pela textura da distorção, geralmente usando pedais Fuzz. O Queens of the Stone Age sempre foi além.

Josh Homme e companhia sempre se destacaram pelo belíssimo timbre que conseguem tirar de seus instrumentos. Nos primeiros discos ainda ficavam na historia do stoner/fuzz. Mas nos dois últimos realmente eles chutaram o pau da barraca em relação a textura, como deixa claro este primeiro som do novo disco (...Like Clockwork, 2013). Para começar com os riffs iniciais, pesadíssimos, ao mesmo tempo limpos. Depois temos aquelas viradas com aqueles wah wahs deliciosos (umm que fome).

Enfim, este aqui é um cara que gosta de explorar os limites de seus instrumentos.
 
Que entre o terceiro prato do dia:
 
 
 
Este é um disco daqueles que você precisa parar pra ouvir. É uma experiência, uma viagem sem drogas (com elas talvez fique um pouco melhor) proporcionada por ninguém menos do que nosso maestro das seis cordas de Porto Rico, Omar Rodriguez-Lopez (tá bom, tá bom, prometo no próximo post não falar dele).
Aqui Omar literalmente orquestra uma banda de magos, incluindo seu companheiro de Mars Volta, Juan Alderete, no baixo e outro musico pleno, chamado John Frusciante.
Misturando musica eletrônica, ritmos latinos, rock, dub e free jazz, ele nos apresenta um disco instrumental livre, com a musica sendo mixada de uma maneira que parece dançar em nossos ouvidos.
Sepulcros de Miel é um prato cheio pros ouvidos. E acredito que o melhor jeito de degusta-lo seja se isolando do mundo, com ótimos fones de ouvido, e sim, volume no talo.
Meia hora de puro deleite sonoro!

E quase tudo foi feito pelo Sol!

Sempre achei a história do Brasil com o rock progressivo algo muito curioso. Peculiar eu diria. O povo e principalmente os músicos brasileiros se jogaram de cabeça na musica feita por Yes, Emerson, Lake & Palmer, King Crimson e afins.
Grande parte das gravações do final dos anos 70 tem um pézinho no pregressivo. De fato uma grande moda nas terras tupiniquins.
Temos o caso clássico de uma das bandas mais importantes do Brasil chamada Os Mutantes que descambou pro prog rock e o resultado acabou por dividir os fãs dessa banda que até filho de John Lennon disse que era melhor do que Beatles.
Também tem aquele case (linguajar de publicitário) da banda Vímana que contava com os futuros pop stars dos anos 80: Lobão, Lulu Santos e Ritchie. Além de contar com Patrick Moraz tecladista do Yes que se fixou por aqui depois de tomar 10 caipirinhas e perder todos os seus pertences ao ser assaltado na praia de Copacabana (essa ultima parte é mentira). Patrick também é responsável pelo fim dessa super band, por ser muito marrento (acho que Lobão e Lulu Santos absorveram um pouco dessa marra).
 
Quem é quem no Vímana?
Dentre as bandas progressivas que aqui surgiram a que mais me agrada é uma banda chamada Som Nosso de Cada Dia
Eles captaram muito bem a essência do estilo.
O Som Nosso de Cada Dia [Nos Dai Hoje] foi formado no inicio dos anos 70 na cidade de São Paulo e desde seu primeiro álbum (Snegs - 1974) possui o rock pregressivo como principal influencia e meta.

Mas o disco em questão deste post é chamado Som Nosso ou Sábado/Domingo, Segundo disco da banda lançado em 1976.
Esse lance do Sábado e Domingo se deve a maneira como o disco está organizado. No lado A (sábado, dia de festa) temos uma avalanche de funk e no lado B (domingo, dia do descanso e introspecção) uma avalanche de pregressivo. Tudo muito bem composto, tocado e gravado, pelo quarteto paulista.
Esse é o diferencial do álbum, por isso ele tem destaque pra mim. São dois estilos que adoro, e que se você for pensar, estão de certa forma distantes um do outro. E aqui eles se fundem de uma maneira bem natural.

Som Nosso era um trio durante sua primeira fase (UM TRIO!)
 O disco já abre com o funk tema de mini série da globo Pra Swingar. Essa musica devia bombar muito nos bailes disco da época.

O segunda musica é um funk auto ajuda muito legal chamado Levante a Cabeça.
A banda, num geral, tem como tema mensagens positivas, cheias de auto astral, mãe natureza. Bem coisa de Hippie mesmo. Destaque pros metais alla Tim Maia. Sensacional!


Outra musica que gusto muito é Vida de Artista. Um funk bem rasgado com um vocal Roberto Carlos sacana que é muito bom. A letra é bem boa também. "se a nossa arte então não vale nada. A nossa vida também não vale nada." (essa máxima vale muito pra minha vida), "para poder subir na vida, só mesmo sendo ascensorista". Pra quem não sabe ascensorista é aquele profissional que pilota o elevador, cada dia mais raro de se ver por aí.

O lado progressivo é todo sensacional. Mas o destaque fica por conta de Montanhas, que tem um instrumental muito bom. Melhor que qualquer um de rock progressivo nacional, na minha opinião. Uma gravação com ótimos timbres. Um som muito limpo e belo.



Rara Confluência também é matadora.



Não sei o desfecho dessa grande banda. Eu sei que o tecladista (Manito) chegou a tocar com o Mutantes progressivo do Sérgio Dias, mas não durou muito também.

Tive a sorte de adquirir o primeiro LP da banda esses dias num sebo por 5 reais. 
É por isso que eu adoro garimpar vinil. Tem neguinho que vende esse disco a uns 70 reais, brincando.


Enjoy.


Saudades do Mars Volta?!?

Tempos atrás o guitarrista do Medulla (banda nacional com muita influência de Mars Volta, que eu gosto muito), Alan, postou uma musica de um disco solo do Omar Rodriguez (guitarrista do Mars Volta) que me fez sentir como eu me sentia ao ouvir Mars Volta pelas primeiras vezes. Aquela mistura de vocal suave com instrumental trabalhado, e os riffs característicos do nosso querido guitarrista.
 ”Acabar musicas é para os fracos,
vamos emendar todas umas nas outras!"
Esse dia foi foda!

Decidi então baixar o álbum, que se chama Solar Gambling, lançado no final de 2009 produzido pela empresa do Omar, Omar Rodriguez-Lopez Productions.
O álbum tem aquele quê da antiga banda de Omar, só que é mais simples musicalmente. Não simples como Ramones, obviamente, mas simples pro geninho da guitarra de Porto Rico.
A sensação que tenho é que a banda (Mars Volta) foi se tornando mais e mais excessiva a cada álbum que era lançado, até culminar com o The Bedlam Goliath, que é de longe o álbum mais excessivo deles. Contando com 9 membros efetivos na banda pra fazer uma sonzeira absurda tanto no disco quanto no palco.
Mas a questão é que eles já faziam essa sonzeira absurda quando a banda de cinco manos!
 Não que eu não considere essa fase excelente, mas é que quando eu termino de ouvir o disco sinto meus ouvidos cansados de tanto instrumento, tanta nota, tanta colagem, e tanto vocal agudo, que ele possui.
O álbum seguinte veio com essa proposta de simplificar o som novamente. Mas acabou que não agradou os fãs (das antigas meu).
Ainda não tenho o meu parecer sobre o ultimo disco deles, Noctourniquet.

Solar Gambling não espancou meus ouvidos, ele fez massagem. E tem momentos que é só isso que você precisa da musica. Novamente não se trata de um disco suave como, sei lá, um disco do João Gilberto, mas vocês entenderam, né?
Eu ouço no trabalho, no trem, ouço lendo um livro. Tranquilo.
Parte disso se deve ao vocal suavemente poderoso da lindíssima Ximena Sariñana, cantora Mexicana namorada de Omar que é a vocalista no registro. Cantado 100% em espanhol.
Ximena fazendo a pinup.

Rock em espanhol é um tabu, isso é fato. Mas dou meu selo de garantia pra esse aqui. Assim como tudo do Mars Volta que é cantado em espanhol, este é de muito bom gosto. Não torçam o nariz.

Destaque para duas musicas:
Un Buitre Amable Me Pico (um abutre amigável me picou) me lembrou aquele disco Omar + Frusciante, que é uma compilação de musica que os dois gravaram juntos, pela simplicidade e beleza lirica do riff na abertura, que é caracteristica do estilo do Frusciante. Pura influencia do amigo.
A musica deságua em Poincaré que é um piano e voz que desenrola da musica anterior, igualmente belo.
Gostei tanto dessa musica que ouvi algumas vezes repetidamente, e olha que eu não sou do role do repeat.


O outro destaque fica para Miel del Ojo (mel do olho). Uma musica simples no sentido de composição, mas extremamente bela. E com a marca registrada do nosso capeta em forma de guri que são os delays, formando uma massa sonora hipnotizadora. Um belíssimo refrão (Miraaaaaaada luciidaaaaaaaaaa) que é capaz de arrepiar a espinha de muito marmanjo por aí. Nessa musica a guitarra faz os arranjos e quem segura a base é o teclado, obviamente junto com a batera e o baixo (Omar também toca baixo em todas as musicas). Assim como a musica postada acima, esta também deságua num belo piano que serve de ponte para a próxima musica. ”Acabar musicas é para os fracos, vamos emendar todas umas nas outras!" disse ele pra mim certa vez.



Boa ouvida pra vocês, espero que curtam o disco como eu tenho curtido nesses últimos tempos.




Album póstumo de Jimi Hendrix contém plágio de Steve Vai (ou seria ao contrário?)

#chatiado








P O L Ê M I C A !

Pois é, 43 anos depois da morte do maior guitarrista de todos os tempos sai um disco inteiro de inéditas chamado People, Hell and Angels.
Disco bom de mais, faz jus a todo o trabalho anterior de Hendrix.
Ele é bem cru no sentido de produção, muito diferente de Axis: Bold As Love e Electric Ladyland, que são discos de uma produção um tanto quanto ousada e impecável. Aliás, uma das coisas que difere Hendrix de ser apenas um guitarrista genial, muito a frente de seu tempo, é sua capacidade como produtor. Compare a produção destes discos com qualquer outro da mesma época, nem um tem o perfeccionismo que eles.
Enfim...

Voltei do trabalho pra casa ontem ouvindo o disco e pirando.

Quando chegou a ultima musica de nome Villanova Junction Blues, eu tive aquela sensação "já ouvi isso...o que é mesmo?".
Vasculhando meu cérebro musical lembrei de uma musica do também genial guitarrista Stevie Vai chamada Tender Surrender.
Como pode o cara ter plagiado uma musica que ainda não havia vindo a publico, me perguntei.
Aí fui pesquisar.
Descobri que essa musica (Villanova Junction) já havia sido registrada, mas numa gravação ao vivo, no inesquecível Woodstock de 1969.
Na versão do show ela é um pouco mais Blues, não se parece tanto com a Tender Surrender quanto a que está no album póstumo.

Será que é uma homenagem consciente do Vai? Ou seria um aproveitamento de uma musica que ainda não havia sido gravada em estúdio?

Fiquem com isso:





Quinta-feira show do Lama Bomba no Cidadão do Mundo em São Caetano, na inauguração do ensaio aberto.
Venha plagiar o Hendrix conosco!

O Fim de uma banda rara

Agora parece um pouco tardio, mas eu quero deixar aqui explicito o que essa banda significou pra uma era do rock. Especialmente para mim.

A banda é o finado (por enquanto) The Mars Volta.
Lá em meados de 2005 eu entro no segundo colegial (entregando a idade) numa escola diferente. Cabeludão, com pulseiras e colares, eu era o tradicional "ROUQUEIRO MEU". Já conhecia bastante bandas mas nada que fugisse muito ao classic, metal e hard rock.
Logo que cheguei na sala notei algumas pessoas que curtiam hardcore, emo, musicas que estavam em alta na época. Achei que seria difícil me misturar e trocar uma ideia musical.
Geralmente adolescente é muito extremo e tende a ser preconceituoso. Não era tanto o meu caso, mas ainda assim eu tinha meus preconceitos musicais.
Bom, comecei a me misturar. Mostrava musicas pra eles, eles me mostravam musicas, sem muito sucesso. Até que um dia chegamos no ponto em comum. THE MARS VOLTA.
Pessoas que curtiam hardcore gostavam de At The Drive-in, que é de onde vem as duas principais cabeças do Mars Volta. Então parte das pessoas do hardcore gostavam de Mars Volta. E eu como vinha do lance mais classic e tal, curtia um rock progressivo, um rock setentista, me apaixonei de cara pela banda.
Na época rolava o clip do single The Widow direto na Mtv. Eles haviam acabado de lançar o disco Francis The Mute.

Foi nessa época também que eles fizeram um show no Brasil, no Tim Festival, se não me engano.
O primeiro disco é o De-loused in The Comatorium, clássico absoluto dos anos 2000. É uma viajem intensa, realmente algo que você nunca ouviu antes. Detalhe, 90% dos baixos do album são tocados por ninguém menos que nosso querido Michael Balzary, o Flea do Red Hot Chili Peppers
Cedric, o vocalista, desde os tempos de At The Drive-in escreve letras praticamente indecifráveis, e no Mars Volta ele não faria diferente. Todos os discos são temáticos, agora de que não me pergunte sobre o que falam hehehe BRINCKS.
E o Omar Rodriguez-Lopez, com quem eu me orgulho de compartilhar parte do sobrenome, é quem compõe todas as musicas, produz o disco e é geninho em tudo o que faz. Brotherzasso de outro truta meu que é o Frusciante (ex-RHCP), que tocou alguns solos no segundo disco e praticamente em todas as faixas do terceiro (Amputechture).
Os meninos fazendo uma jam

O quarto é o meu atual favorito, The Bedlam in Goliath. Que é uma paulada atraz da outra, o disco mais pesado da banda, com riffs pesados do começo ao fim.
O quinto eu ouvi muito pouco, mas é considerado o pior disco da banda. Eu sei de uma história na qual a gravadora deles, a Warner, pediu pra que eles fizessem um disco com musicas mais curtas, pra tocar nas rádios, coisa e tal. Nesse ponto a banda sempre fez jus a uma banda de rock progressivo com uma média maior de 8 minutos pra cada musica.

O ultimo eu estou esperando o correio me entregar. Encomendei da gringa o LP duplo de Noctourniquet e me recuso a ouvir o disco se não for na minha vitrola.

Bandas como essa são primordiais. Gerar essa mistura de sons e publicos é a coisa mais bela que uma banda pode querer. Definitivamente uma das melhores banda dos anos 2000.

É uma pena que tenha "terminado"

Mas fica aí a DICKA pra essa Juventude desse meu brazilzão ouvir essa banda incrível.

E se você quer ver a coisa mais maneira do mundo na questão de performances ao vivo de banda, procure pelos shows da turnê de The-Loused e Francis the Mute.
Eu vi no SWU e me decepcionei um pouco, não pelo som, que foi maravilhoso, mas pela performance explosiva que é um dos pontos altos da banda, e que acabou não acontecendo no dia. Um show bem sóbrio.


Se você quer ver performances a altura está intimado a comparecer no Cidadão do Mundo nos dias 1 ou 7 de março e ver a banda Lama Bomba.
Rua Rio Grande do Sul, Numero 73 em São Caetano do Sul - SP

EP A Banda e o Diabo



Foi este o resultado do esforço de alguns anos, muitos nomes...
Finalmente bem gravado, finalmente em sintonia.
A banda que começou com 6 membros e no momento conta com 4. Quatro membros como nenhum outro, que se esforçam ao máximo pra fazer a coisa toda acontecer. E isso é o que realmente importa.
Chega uma época ou idade em que tocar em banda se torna quase que inviável. Com trabalho e família pouco tempo resta para gastar com aquilo que seria sua profissão ideal, mas que as milhares de condições adversas não permitem. Muitos sacrifícios tem de ser feitos pra quem quer continuar a gozar do prazer de fazer seu som ou trabalhar com musica. Tem que ser paixão, tem que ser faca amolada.


Foi realmente divertido gravar este EP e ele já está rendendo alguns belos frutos como propostas de show, propostas de lançamento do EP, uma prensagem em vinil 7"e por aí vai.
Muito orgulhoso da banda e de todos que a cercam.

Pra quem quiser ouvir:
EP A Banda e o Diabo

Que venham shows, tournes, amizades e todos nossos sonhos adolescentes.

Dia 7 de março estaremos inaugurando o estúdio do Cidadão do Mundo. Vai ser um ensaio aberto que contará com as bandas Lama Bomba e o Pastor Rottweiller. Vai ser animal! Colem todos!

Link do evento no facebook

Peace!