“Não
existem mais desculpas que justifiquem o desconhecimento. Só o autentico
desinteresse.” Felipe Hirsch
No fim de 2012 eu propus para mim mesmo que
em 2013 eu teria que ouvir o maior número de musicas novas e diferentes
possíveis. Agora, em dezembro de 2013, sinto que está missão foi cumprida com
louvor. Viva para mim!
Este foi o ano foi o primeiro em que
consegui olhar mais pra frente do que para trás, como de costume. Finalmente
superei os clássicos e me joguei nessa selva que são as musicas e as bandas da
era pós internet. Consegui provar algo que há muito tempo eu pensava mas que
não tinha conhecimento o suficiente para afirmar: o fato de hoje em dia as bandas
serem tão boas quanto em qualquer outra época.
Pra quem gosta de rock o mais fácil é
sempre ser saudosista. Ficar transitando nas décadas passadas, cavando fundo na
história e nunca olhar pra frente, ou para o presente. Para as bandas da sua
cidade, que seja.
Hoje sei que o rock nacional vive um de
seus melhores momentos, com bandas geniais surgindo a todo instante. Mas que ao
mesmo tempo tem um grande problema: não conseguem sair do underground. As mídias de massa simplesmente
ignoram o rock desta geração, preferindo ficar onde mora o dinheiro. Sendo no
momento atual o sertanejo universitário, ou o funk. Enfim...
Além de, darem preferencia aos gigantes do
rock que estão baixando por terras tupiniquins de dois em dois meses cobrando ingressos a valores astronômicos. Não que
isso seja ruim (exceto pela parte dos valores, que é sempre ruim). Em algum momento de nossas vidas é tudo o que pedimos, ver os shows dos grandes astros. Mas é
preciso dosar as coisas, dar força pro mercado nacional. Todo mundo ganha com
isso.
2013 também foi o ano que decidi, após ter
enrolado 7 anos, que eu quero viver de musica. Seja compondo/gravando/fazendo
show, escrevendo, divulgando, entrevistando, etc. Para 2014 tenho a ideia de um
programa musical para internet.
Ano que vem meu grande objetivo é gravar
minhas musicas. Porque realmente preciso disso, não importa se vão gostar, se
vão comentar. Quero fazer porque preciso me expressar e
tirar esta quantidade de musicas que compus, e considero boas, do meu ombro e da minha cabeça.
Outra boa surpresa deste ano foi ter
começado a escrever pro site Scream & Yell. Aproveitando as facilidades do terrível, porém útil, Facebook para entrar em contato com o Marcelo Costa, que comanda o
site. Para minha surpresa ele liberou minha criatividade e me impôs o desafio
de escrever um texto mais impessoal. Meu primeiro texto custou a sair, toda a
informação dentro da cachola mas a necessidade da impessoalidade me fez
reescrevê-lo diversas vezes. Sendo que ainda acho que poderia melhorá-lo. Já o
segundo saiu de maneira um pouco mais tranquila, mais solta. Tive o grande
privilégio de obter mais de 350 likes e ser um dos textos mais visitados no site do mês, falando sobre o Stoner Rock brasileiro. Simplesmente porque vi que tem muita
banda brasileira caindo pra este lado e não há muita gente comentando. Acho que
o texto fez com que muita gente do estilo se conhecesse. Missão cumprida!
Espero escrever muitos textos mais, e a
cada dia me apaixonar novamente pelo rock como um adolescente que ouve Nirvana
ou Led Zeppelin pela primeira vez.
Abaixo uma lista de bandas nacionais que
ouvi bastante em 2013:
Lupe
de Lupe – Banda de BH que faz um noise com
belíssimas letras e uma interpretação visceral.
Boogarins – Goianos que fazem psicodelia olhando pro futuro.
Chacon – Som que me lembra Cidadão Instigado só que mais roqueiro. Com
timbres matadores e sempre com um pézinho no brega. Chacon é de Recife.
Apanhador
Só – Uma banda que eu realmente não gostava
conseguiu me surpreender com seu segundo disco.
Ronnie
Von – Há muitos anos eu baixei os discos da fase
psicodélica do Ronnie, de 68 até 70, mas só este ano vim a ouvi-los com maior
cautela. Pra perceber que, de fato, é um cara genial. Exatamente no meio entre
Mutantes e Roberto Carlos.
Raul
Seixas – Eu era um preconceituoso com a obra de
Raul. Hoje sou fã devoto, daqueles que quer tatuar o símbolo da sociedade
alternativa.
Giallos – Meus conterrâneos do ABC paulista fazem um blues sujo com letras
que dariam ótimos roteiros de filmes do Tarantino. Genial!
Clube
da Esquina – Este foi um que passou praticamente
2013 inteiro no meu mp3 player. Não há nada que não seja genial no primeiro
disco do Clube da Esquina.
Nuda – Outros cara fodas de Recife que sabem dosar bem a musica regional
com o rock. Timbres perfeitos na gravação do álbum “Amarénenhuma”. Uma pena que
a banda acabou.
Moraes
Moreira – O primeiro disco solo do cara é pura
roqueiragem. Quebradeira total!
Tape
Rec – Banda de Lê Almeida, um dos maiores
entusiastas do faça você mesmo no Brasil. Noise pop delicinha.
Júpiter
Maçã – Meu deus, por que eu demorei tanto pra ouvir
A Sétima Efervescência? Ainda me pego rindo de algumas sátiras nas letras do
Júpiter.
Supercordas – “A Mágica Deriva dos Elefante” é um disco que todos tem que
ouvir. O disco transborda bom gosto e genialidade.
Hierofante
Púrpura - A
banda realmente me conquistou com “Espírito Espelho”, faixa genial do split com
a banda Alarde chamado “Espirito de Faca”.
É NOISE em 2014!
Forte abraço